Um bando com ao menos 30 ararinhas deu um show de beleza e simpatia, ao aparecerem no balneário de Manguinhos, na Serra. As aves estão sobrevoando a vila de pescadores desde a última sexta-feira (17) e os moradores fizeram vários flagrantes da espécie que é classificada como vulnerável a extinção.
Morador de Manguinhos, Guilherme Lima, conta que as aves estão sobrevoando o balneário como um todo. “É um espetáculo maravilhoso da natureza e elas fazem bastante barulho. Comem castanhas das castanheiras e acabam visitando os moradores que ficam encantados com a beleza delas”.
O Tempo Novo ouviu o biólogo Cláudio Santiago que disse que a espécie em questão é a Primolius maracanã, popularmente conhecida pelos nomes de arara-pequena, ararinha, maracanã-verdadeira, mulata-maracanã e papagaio-de-cara-branca.
“Essa espécie é classificada como vulnerável a extinção (CITES I), ou seja, se medidas não forem tomadas essa espécie pode entrar em processo de extinção”, disse o biólogo.
Cláudio informou ainda que a aparição das ararinhas é interessante porque existem poucos estudos a respeito do comportamento, reprodução e até mesmo da alimentação da Maracanã.
“São aves que tem uma preferência especial por palmeiras, de cujos frutos se alimenta. Geralmente põem três ovos, cuja incubação dura 26 a 27 dias e é realizada apenas pela fêmea. As crias são altriciais (totalmente dependentes dos pais durante os primeiros tempos de vida). Os juvenis abandonam o ninho depois dos 70 dias de idade”, contou Santiago.
O biólogo informou ainda que as ararinhas são bem distribuídas pelo Brasil e que é uma espécie que prefere locais com matas. “Com exceção da Amazônia, Acre, Rondônia e Roraima”.
A comunidade de Manguinhos está acostumada a apreciar espécies diversas de animais, sejam aves, mamíferos e répteis por ter uma área grande de resquício de mata atlântica. Por lá, já foram flagradas diversas espécies de cobras, jacaré do papo amarelo e até veados.