Vídeo mostra lama no rio Doce 2 anos após barragem estourar

Clarice Poltronieri

Um vídeo publicado em uma página do Facebook mostra que mesmo após quase dois anos do rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco (Vale+BHP Billiton) em Mariana, Minas Gerais, ainda desce lama de rejeitos no rio Doce. O crime/tragédia ambiental ocorreu em 5 de novembro de 2015 e até hoje

No vídeo, feito logo após a barragem de Candonga, município mineiro de Risoleta Neves, é possível ver que a lama de rejeitos ainda é intensa nas águas. Também há muitos resíduos depositados na margem do rio e o cinegrafista afirma que o local é área restrita, o que o fez ter dificuldades em realizar as imagens.

As imagens foram divulgadas na página do Facebook Mar de rejeitos: diário de um pescador interditado, no dia 11 de outubro, às 18h46, e até a tarde da última quinta (19) tinha 2.707 visualizações.

A assessoria de imprensa da Samarco garantiu que não há mais rejeitos saindo da barragem de Fundão, que estourou em 2015. Para isso fez estruturas, diques e reforço da barragem. Disse ainda que caberia à Fundação Renova, formada pela própria mineradora para mitigar os impactos e gerir indenizações, falar sobre a área de Candonga.

De acordo com a responsável de manejo da Fundação Renova, Juliana Bedoya, a usina de Candonga teve o maior acúmulo de rejeitos e ainda está em processo de dragagem. “Foram dragados 900 m³ de rejeitos e ainda precisam ser dragados 400m³ para fecharmos as comportas e realizarmos a limpeza de mais 600 m³, por isso ainda há muita lama no local. A previsão é que isso ocorra até julho de 2018. Depois ainda será feita a transposição dos rejeitos, que estão sendo depositados na margem do rio, para a fazenda Floresta, o que ainda está em processo de estudo”, explica.