O prefeito eleito da Serra, Sergio Vidigal (PDT), afirmou que pretende trabalhar para viabilizar a implantação de uma escola cívico-militar na cidade. Em conversa com o TEMPO NOVO, ele disse ser simpático a ideia, mas fez algumas ressalvas. O modelo é uma das principais bandeiras educacionais da gestão do presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), e sempre foi tratado com muita polêmica entre os professores e pais de alunos.
De acordo com Vidigal, a ideia seria construir uma nova unidade escolar no padrão do programa oferecido pelo Governo Federal. Os bairros periféricos seriam os beneficiados como, por exemplo, Planalto Serrano, Vila Nova de Colares, Central Carapina, Feu Rosa, Jardim Carapina e comunidades de Jacaraípe.
“Eu sou simpático a ideia. Acho que ela também é uma alternativa para nosso sistema educacional. O grande problema é que o Município não tem condições de criar uma estrutura específica para o quantitativo grande de escola cívico-militar, pois ela tem o perfil diferenciado. Eu vejo com bons olhos. Inclusive podemos trazer. Não sendo uma escola obrigatória para os alunos, mas ser uma opção para aqueles que querem estudar numa escola desse perfil”, afirmou o prefeito eleito.
Vidigal também disse que os professores não serão obrigados a trabalharem nessas escolas militares. “Nesse formato, até a formação dos professores é diferente. Faremos o convênio para contratar professores com esse perfil. Os professores das escolas cívicos militares têm o salário bem melhor do que os das escolas normais que hoje representam o nosso sistema de educação básica pública”, destacou.
Apesar de ser favorável a implantação, Vidigal afirmou que não concorda com formatos adotados por algumas escolas militares espalhadas pelo Brasil. “Eu vi em Brasília, por exemplo, uma, mas com militares dentro dela. Eu acho que ter militar dentro da escola para poder garantir a segurança não é ser uma escola cívico-militar. Até porque a escola é uma indústria de fabricar cidadania. Se é um lugar onde a polícia não deve estar é dentro da escola.”
Na Serra, caso a implantação do formato seja concretizada, os bairros periféricos devem ser beneficiados. Vidigal garantiu que o objetivo é ofertar educação de qualidade para as comunidades carentes e para as pessoas que vivem em vulnerabilidade social.
O Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares é uma iniciativa do Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Defesa, que apresenta um conceito de gestão nas áreas educacional, didático-pedagógica e administrativa com a participação do corpo docente da escola e apoio dos militares. A proposta é implantar 216 Escolas Cívico-Militares em todo o país, até 2023, sendo 54 por ano.
Na Serra, em 2019, a Secretaria de Educação da gestão de Audifax Barcelos (Rede) não foi favorável a implantação na cidade.
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