O prefeito Sergio Vidigal (PDT) criticou nesta segunda-feira (26) o revezamento de poder que tem mantido ele e Audifax Barcelos (PP) à frente da Prefeitura da Serra por 28 anos. Embora reconheça os avanços significativos promovidos pelas duas gestões, Vidigal destacou que chegou o momento de abrir espaço para renovação.
Sem mencionar diretamente Audifax Barcelos – que busca seu quarto mandato como prefeito da Serra – Vidigal afirmou que a permanência prolongada no poder não é benéfica para a cidade. Ele enfatizou a necessidade de novas ideias e abordagens para enfrentar os desafios atuais.
“Ficar agarrado na mesma função por muito tempo não é amor pela cidade. É apego, é resistência as novas ideias. Não faz bem para a cidade”, declarou Vidigal.
Prestes a concluir seu mandato e optando por não buscar a reeleição devido a problemas de saúde enfrentados por sua esposa, Sueli Vidigal, o prefeito lançou Weverson Meireles como seu sucessor. Em seu discurso, Vidigal refletiu sobre a importância da alternância de poder e destacou a importância da renovação.
“A alternância de poder na Serra já dura 28 anos. Foi importante para a cidade. Trouxe muitos avanços, mas chega uma hora que é preciso ter humildade para reconhecer que é hora de renovar. O mundo mudou. As soluções hoje precisam ser mais rápidas e nada melhor que um administrador jovem para dar as respostas que a dinâmica social exige”, afirmou Vidigal.
Ele também ressaltou a importância de combinar experiência e inovação na administração pública: “Não é sobre trocar o antigo pelo novo. É sobre integrar a sabedoria da experiência com a inovação da juventude.”
As falas foram concedidas em vídeo publicado nas redes sociais de Weverson Meireles.
O Jornal Tempo Novo entrou em contato com a assessoria de imprensa do ex-prefeito e candidato Audifax Barcelos. O espaço segue aberto para manifestação.
Sérgio Vidigal venceu sua primeira eleição para prefeito da Serra em 1996, permanecendo no poder por dois mandatos consecutivos. Em 2004, ao final de sua segunda gestão, Vidigal escolheu Audifax Barcelos, então membro de sua equipe de governo, para sucedê-lo. Audifax, um técnico sem experiência eleitoral prévia, foi apresentado como um nome novo, mas alinhado à marca administrativa de Vidigal e com plena identidade política com seu mentor.
Embora desconhecido para grande parte do eleitorado serrano, Audifax foi promovido como uma peça-chave na continuidade da gestão, ganhando destaque e prestígio dentro da administração municipal. A estratégia funcionou, e Vidigal conseguiu eleger seu aliado.
No entanto, em 2008, o cenário mudou. O PDT, partido de Audifax, negou-lhe a chance de reeleição para que Vidigal pudesse novamente disputar a prefeitura. Vidigal, então, retornou ao poder com mais uma vitória nas urnas.
O rompimento político entre os dois ocorreu logo em seguida, e em 2012 e 2016, Vidigal e Audifax se enfrentaram diretamente nas urnas. Em ambas as ocasiões, Audifax saiu vitorioso, permanecendo no poder até 2020.
Ao final de seu mandato, Audifax tentou lançar Fábio Duarte como seu sucessor, mas não obteve sucesso. Fábio Duarte perdeu as eleições para Sérgio Vidigal, que agora encerra seu mandato em 2024.
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