Há aproximadamente três semanas, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), anunciava medidas restritivas extremas para tentar controlar o número de confirmações, internações e mortes devido à Covid-19 no estado. Entretanto, o fechamento total do comércio causou polêmica entre os capixabas e também na classe política. O prefeito da Serra, Sergio Vidigal (PDT), classifica as ações de controle como totalmente necessárias, mas discorda em parte da ‘penalização’ aos pequenos comerciantes.
“Creio que não é um trabalho fácil, mas que só tem uma alternativa: a colaboração da população. Estamos penalizando o pequeno comerciante; ele não tem culpa de absolutamente nada; nem fechar o comércio dele vai resolver enquanto o supermercado está aberto. O cara que tem uma lojinha e que vende material de cama e mesa, o número de pessoas que entram na loja dele é imensamente menor do que o [número] que entra no supermercado”.
Vidigal manifestou sua opinião sobre o regime de quarentena durante conversa com a reportagem. Nesta semana, ele concedeu entrevista exclusiva ao TEMPO NOVO em seu gabinete, na sede da Prefeitura da Serra. Durante o bate papo, a reportagem questionou o prefeito sobre o regime de quarentena – que foi imposta pelo Governo do Estado e respeitada pelos municípios capixabas.
Mesmo não concordando com a proibição do funcionamento de pequenos comércios, Vidigal fez um contraponto e afirmou que a parte da população que causa aglomerações e não toma os cuidados necessários inviabiliza as atividades econômicas, ou seja, possui parcela de culpa no fechamento destes estabelecimentos considerados não essenciais.
Ainda segundo o prefeito, é necessário que a população se conscientize e tome os cuidados. Além disso, afirma que a vacinação em massa é a única solução para conter o avanço do coronavírus no Brasil.
“Eu acho que nós estamos nas mãos, primeiro da imunização, que a gente já observou que é uma coisa que não vai acontecer muito rápido, segundo que as pessoas se conscientizem disso. Não aglomerar, usar máscara. Sei que é uma coisa que cansa, mas não tem outra alternativa; então vamos precisar muito da população, porque ela acaba inviabilizando essas atividades econômicas”, salientou.
Também durante a conversa com o TEMPO NOVO, o prefeito Sergio Vidigal comentou o projeto de lei enviado à Câmara da Serra que prevê até multa para quem for pego sem máscara nas ruas da cidade.
“Enviamos um projeto de lei para a Câmara sobre a obrigatoriedade do uso da máscara e a gente criar algumas multas. A gente fala sobre prender, mas se não quiser da o CPF… diferentemente do cara do comércio, que o CNPJ está lá, ele não tem como se negar. Neste caso, do cidadão, o que se pode fazer é confiscar as barracas, cadeiras. Mas o que se precisa é de conscientização, e a pessoa entender que depende dela”, explicou.
Sobre as praias, ele afirmou que não está tendo tantas aglomerações como em janeiro, mas ainda há pessoas visitando os balneários. “Tem dado um pouco de gente; não tem lotado, mas tem dado gente. E pelo perfil das pessoas que frequentam, são pessoas que sujam a orla; não têm cuidado de acomodação com o lixo; difícil até de fiscalizar. As praias de Manguinhos, por exemplo, quem está ocupando as praias não é o morador de Manguinhos, é gente de fora”, finalizou.
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