Vidigal diz que “abono é sinônimo de má gestão” e relembra reajuste de 10% para servidores

O anúncio de que os servidores da Serra não irão receber abono salarial neste ano segue causando polêmica na cidade. Nesta quarta-feira (14), o prefeito Sergio Vidigal se defendeu dos ataques sofridos pela oposição, principalmente na Câmara de Vereadores, e afirmou que “abono é sinônimo de má gestão”, relembrando que concedeu reajuste salarial de mais de 10% neste ano.

A afirmação ocorre no meio de um imbróglio envolvendo os recursos vindos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Enquanto profissionais da Educação cobram a concessão de abono, Vidigal garante que investiu a verba em diversas áreas da Educação serrana.

“O abono é sinônimo de má gestão, quem não sabe aplicar, acaba obrigado a dar abono para poder gastar os 25% da educação, e não é isso o que aconteceu com a Serra”, destacou o prefeito durante entrevista à reportagem.

Conforme anunciado com exclusividade pelo Jornal TEMPO NOVO no último dia 7 de dezembro, a Prefeitura da Serra descartou a concessão de abono natalino aos servidores municipais – de todos os setores – apontando queda no repasse do ICMS e ‘incertezas do desempenho na economia’.

Logo em seguida, profissionais da Educação começaram a realizar cobranças, afirmando que a categoria poderia receber já que o dinheiro seria oriundo do Fundeb e não da receita municipal. A pauta foi tomada por vereadores da oposição à administração municipal, que chegaram a realizar Projetos Indicativos (PI) cobrando o benefício.

Porém, durante entrevista, Vidigal se defendeu e relembrou que, somente neste ano, concedeu reajuste salarial de mais de 10% aos servidores municipais. “Não somos contra abono, somos favoráveis a salário digno. Nos últimos anos 10 anos, o maior reajuste salarial foi dado na nossa gestão. Foi mais de 10% de reajuste salarial; não tem uma prefeitura ou governo do estado que deu reajuste como a Serra deu; nós mais que dobramos o tíquete de alimentação”, disse.

“Abono é sinônimo de má gestão”, dispara prefeito da Serra

Engrossando o tom, Vidigal foi enfático ao sugerir que os governantes que concedem abono com recursos do Fundeb são maus gestores, já que não conseguiram aplicar os recursos obrigatórios e dão o benefício somente para bater a meta.

“Nós não damos somente o abono, mas também reajuste salarial, se nosso município tiver condição lógico que iremos fazer, mas o mais importante é preparar nossa cidade para que no próximo ano a gente possa dar reajuste salarial e ganho real ao servidor, isso que a gente precisa. Elevar o seu salário para a aposentadoria, o abono não vai para a aposentadoria”, finalizou.

Aliado de Vidigal, Casagrande vai conceder abono de R$ 7 mil com dinheiro do Fundeb

A afirmação do prefeito da Serra sobre a concessão de abono ser sinônimo de má gestão, no entanto, confronta o governador Renato Casagrande – um de seus aliados na última eleição. Casagrande, a quem Vidigal fez campanha para reeleição, anunciou que vai conceder abono de R$ 7,2 mil para professores que recebem através do Fundeb.

Além do abono aos professores, Casagrande também vai dar R$ 1,5 mil para os demais servidores.

Vale ressaltar que o valor do abono concedido aos professores estaduais é maior devido às sobras de recursos do Fundeb. O dinheiro é repassado pela União e o valor precisa ser aplicado no mesmo ano fiscal.

Quando o governo não consegue investir todo o valor, acaba concedendo benefícios maiores aos profissionais da Educação para bater a meta obrigatória de gasto.

Vidigal concedeu reajuste de 10% para servidores e abono em janeiro

O prefeito Sergio Vidigal concedeu, neste ano, reajuste salarial de 10,06% para todos os servidores do Município. O aumento foi concedido de forma escalonada, sendo iniciado no mês de maio. A segunda parte foi dada em novembro.

Em dezembro de 2021, o prefeito Sergio Vidigal concedeu abono para todos os 13 mil servidores da Serra, independente de qual área o profissional era. Entretanto, apenas os que atuaram na Saúde receberam em dezembro; os demais tiveram direito ao adicional depositado em suas contas no mês de janeiro.

O valor concedido na ocasião foi de R$ 1.212.