Após deixar a Prefeitura da Serra, Sérgio Vidigal (PDT) está fortemente cotado como possível candidato a governador do Espírito Santo. Embora, por ora, tudo ainda seja especulação, há movimentações concretas em andamento. Na tarde desta segunda-feira (20), Vidigal se reuniu com o governador Renato Casagrande (PSB) e confirmou sua inclusão no primeiro escalão do governo casagrandista.
Vidigal aceitou o convite para assumir a Secretaria de Desenvolvimento, que até então era comandada pelo vice-governador Ricardo Ferraço (MDB). Casagrande já mencionou Vidigal como um possível nome para sua sucessão nas eleições de 2026, embora tenha destacado que o primeiro na fila é o atual vice-governador Ferraço.
Além de Vidigal e Ferraço, Casagrande citou outros nomes em potencial para a disputa: Arnaldinho Borgo (Podemos) e Euclério Sampaio (MDB), prefeitos de Vila Velha e Cariacica, respectivamente; além dos deputados federais Josias Da Vitória (PP) e Gilson Daniel. Com essa ampla lista, Casagrande mantém um leque diverso de partidos próximos ao seu grupo político, evitando afastamentos precoces e ganhando tempo para avaliar melhor suas opções à medida que o cenário eleitoral se desenrola.
Por outro lado, está claro que o principal adversário nesse momento é o Republicanos, partido do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini. O Republicanos tem flertado com siglas como PP e Podemos e mantém uma relação estável com nomes como Euclério e Arnaldinho, ampliando seu poder de articulação no estado, caso este amplo grupo de Casagrande não consiga se solidificar. Ainda persiste o sempre presente “fantasma” de Paulo Hartung (PH), que volta e meia ressurge como uma espécie de figura mítica, supostamente fazendo movimentos ocultos para uma possível retomada de poder.
Na prática, o que deve ocorrer é um jogo de xadrez político bem cadenciado por Casagrande, envolvendo uma vaga para governador, uma para vice e duas para o Senado. É nesse cenário que Sérgio Vidigal busca se posicionar. Resta compreender ou avaliar sua disposição para encarar o desafio de viabilizar-se eleitoralmente fora da Serra, onde é incontestavelmente hegemônico.
Ao longo de 2024, Vidigal deu sinais de certo cansaço com a política, evidenciado pela sua decisão de abrir mão, de forma efetiva, de disputar a reeleição. Por outro lado, embora Vidigal já não seja “o novo” no contexto político da Serra, como foi na década de 1990, ele se apresenta como uma novidade no cenário estadual. Além disso, carrega um dos maiores cases de gestão pública da história política do Espírito Santo: os 30 anos de transformações na Serra sob sua liderança direta ou indireta.