Até o início do século passado, eram as Câmaras de Vereadores que administravam os municípios. Desde o império, formavam uma espécie de Conselho Municipal, cujo líder se encarregava das ordens dos serviços na cidade. Com a crescente concentração urbana e expansão da demanda pública, precisou da exclusividade do chefe: o prefeito – aquele que faz o que tem que ser feito).
A partir daí coube ao Legislativo, além de legislar, fiscalizar e representar setores sociais. É o parlamento que dá voz aos interesses, desejos e necessidades da população, buscando soluções via lei ou comunicação.
Tudo bem. Mas o que está acontecendo com a Câmara Municipal da Serra, com seus nobres edis e sua diretoria? Por que não se entendem? A quem representam nessa insana trama pelo controle do poder?
Em meados da década de 50, com a Serra ainda beirando os 20 mil habitantes, houve a cizânia quando Rômulo Castelo eleito presidente da Câmara, foi contestado pelo grupo opositor liderado por Naly Miranda.
Por três meses as sessões legislativas se realizaram simultaneamente em locais diferentes, até que o judiciário desse fim ao imbróglio.
Mais de meio século depois são mais de 500 mil cidadãos e cidadãs que sem entender o que se passa na Câmara, repugnam o tosco espetáculo transmitido online país afora, e que distorce a imagem da mais importante e progressista cidade do Estado.
Certamente os 23 vereadores serão exemplares para seus representados, desejando bom ano de virtudes fraternas. São também os nossos votos.