No próximo dia 17 de setembro, os capixabas poderão assistir e de graça, a montagem da peça Auto da Compadecida, da Cia Limite 151, do Rio de Janeiro. A apresentação será às 20h, no Centro Cultural Sesc Glória, em Vitória.
Em cartaz desde 2012, a peça já foi vista por mais de 50 mil espectadores nas temporadas realizadas nas cidades do Rio de Janeiro, Vitória, Belo Horizonte, Curitiba, Petrópolis, Nova Friburgo e Niterói. Os ingressos serão distribuídos a partir do próximo dia 15.
Com um elenco formado por 12 atores, sob a direção de Sidnei Cruz, a produção foi indicada ao Prêmio Shell 2012 de Melhor Figurino – Samuel Abrantes. E o Auto da Compadecida não foi o único espetáculo de Suassuna montado pela Cia Limite 151; também produziram O Santo e a Porca (direção de João Fonseca), sucesso de público e crítica, aplaudido pessoalmente por pelo autor e O Casamento Suspeitoso (direção de Wagner Campos e Gláucia Rodrigues).
A peça fala das aventuras de João Grilo, um sertanejo pobre e mentiroso, e Chicó, o mais covarde dos homens. Ambos lutam pelo pão de cada dia e atravessam por vários episódios enganando a todos da pequena cidade em que vivem, até conseguirem através de suas confusões a ira do temido Cangaceiro Severino de Aracaju.
A história serve como pano de fundo para mostrar problemas sérios encontrados no Nordeste brasileiro, como o coronelismo, a pobreza extrema em que algumas pessoas se encontram e várias figuras populares na região, como o cangaceiro. Esta peça projetou Suassuna em todo o país e foi considerada, em 1962 por Sábato Magaldi como “o texto mais popular do moderno teatro brasileiro”.
O espetáculo dirigido por Sidnei Cruz potencializa as linhas matriciais contidas na dramaturgia de Ariano Suassuna. O espaço cênico lembra um picadeiro de teatro de circo, e o jogo de cena dos atores é inspirado nos brincantes dos folguedos populares.
As embrulhadas de João Grilo, sempre acompanhado pelo fiel escudeiro Chicó, o levam ao céu para enfrentar o juízo final, onde o diabo faz de tudo para pegá-lo e ele faz de tudo para escapar, para tanto conta com a preciosa colaboração da Compadecida. As peripécias são narradas e pontuadas por palhaços e caretas que aparecem em diversas situações em forma de coro ou jogral.
A comicidade popular e irreverente dos autos populares nordestinos e do teatro de mamulengos são as referências para o ritmo, a movimentação e os desenhos coreográficos da encenação. Pequenas arquibancadas móveis, cortinas, figurinos coloridos e rústicos dão o tom carnavalizado de comicidade bruta de feira e praça pública.
Em cena, os atores Gláucia Rodrigues, Rafael Canedo, Edmundo Lippi, Flávia Fafiães, Andressa Lamaeu, Kakau Barredo, Robson Santos, Leo Thuler/Bruno Ganem, Marcio Ricciardi, Ricardo Knupp, Paulo Japyassú e Luiz Machado. José Dias assina o cenário; Samuel Abrantes os figurinos; Aurélio De Simoni a iluminação e Wagner Campos a direção musical. A produção executiva do espetáculo é de Valéria Meirelles e produção local da Ratimbum Produções de Artes.
Serviço
Peça Auto da Compadecida, com a Cia Limite 151 (RJ)
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