Vítimas de nós mesmos

Não há rumores e nem exageros, estamos oficialmente em alerta de escassez hídrica em todo o Espirito Santo. Para simplificar: nossos rios estão secando. Não há mais a possibilidade de esbanjar água e energia.
Para quem pensava que esse era um problema de São Paulo, saiba que esse alerta vai se tornar internacional porque quando se trata de recursos naturais não existe “lá e cá”, não existe “nós e eles”; estamos todos no mesmo barco. A moderna cidade de Los Angeles, casa de Hollywood, também sofre com escassez e racionamento de água, provando que ninguém está a salvo.
Os ambientalistas e estudiosos dos Estados Unidos culpam o consumo excessivo de carne: são milhares de litros por dia para alimentar uma criação desenfreada de animais para suprir a demanda diária por fast food e churrasco. E aqui o estilo de vida não muda muito: consumimos dez vezes mais comida e energia do que consumíamos 50 anos atrás.
Será que nossas necessidades aumentaram ou é apenas o nosso modelo de vida onde tudo é descartável, fácil e o desperdício é sinal de sucesso? Áreas de preservação são consideradas uma barreira ao lucro e ao “progresso” das indústrias, que fazem de tudo para que leis ambientais sejam desconsideradas. Com algumas verdinhas de dinheiro tudo é possível? Acontece que quando acaba o verde da natureza, o verde ou azul do dinheiro pouco vai valer, ou nada.
Não dá para fabricar uma floresta sem sementes, e nem um rio sem água. As campanhas de conscientização ambiental soam como uma caridade que fazemos ao planeta e aos animais. “Salve a Amazônia”, elas dizem. Pode parecer na hora que quem sofre é apenas a planta ou animal, mas somos nós as nossas próprias vítimas.
Não é questão de salvar o planeta, o planeta vai seguir em frente e se regenerar sem os humanos, somos nós que precisamos ser salvos de nós mesmos. Uma boa opção é fazer contato com o Pajé de alguma das poucos tribos indígenas que restam, quem sabe ele pode trazer uma chuvinha.