Com um investimento de R$ 76 milhões e prometendo melhorar o trânsito para motoristas que necessitam fazer a ligação entre Serra e Vitória, a obra do novo Trevo de Carapina mal começou e já teve que ser paralisada. Isso porque o prefeito da capital capixaba, Lorenzo Pazolini (Republicanos), gerou um imbróglio ao alegar falta de licenças ambientais e embargar a construção. De fato, as melhorias também são feitas dentro do território da cidade vizinha, mas o Governo do Estado nega que falta qualquer tipo de autorização.
Em seu auto de embargo – de número 0558 – a Prefeitura de Vitória afirma que o Governo do Estado não apresentou licença ambiental válida e expedida pela capital na instalação e início da obra do complexo viário de Carapina. Segundo informações apuradas pelo TEMPO NOVO, Pazolini apresentou o auto de embargo na tarde da última segunda-feira (24), ou seja, dois dias após o governador Renato Casagrande (PSB) visitar o canteiro de obras.
Apesar da maior parte da obra ser na Serra, o início da construção precisa ser feito em Vitória, onde serão implantadas três faixas por sentido, calçada e ciclovia no sentido Vitória, e calçada no sentido Serra, além de drenagem, paisagismo e iluminação. Ao todo, as melhorias custarão R$ 76 milhões e devem ser entregues somente em 2023. Entretanto, com este imbróglio que gerou a paralisação, esse prazo pode mudar.
Informações obtidas pela reportagem dão conta de que o Governo do Estado possui licenciamento ambiental do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA) e também anuência da Prefeitura da Serra e de Vitória. Quem também afirma isso é a Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi).
A Semobi nega ausência de quaisquer tipos de documentos e enviou ofício, nesta terça-feira (25), a Secretaria de Meio Ambiente de Vitória. Fábio Damasceno, titular da Semobi, diz ter sido “surpreendido” com o embargo. Confirmou ainda que a obra está licenciada pelo Iema e solicitou que o embargo da capital seja suspenso imediatamente.
Ainda no ofício, o secretário salienta que “o Complexo Viário está localizado em região de divisa entre os municípios de Vitória e Serra, atraindo a competência de licenciamento ambiental para o Iema”. Conclui ainda “pedindo a suspensão imediata do embargo “em respeito aos princípios da segurança jurídica, da legalidade, da supremacia do interesse público, da proporcionalidade, da moralidade e da eficiência dos atos da administração”.
Nos bastidores políticos, divergências entre Pazolini e Casagrande surgiram nos últimos meses. Um dos exemplos disso é que antes mesmo do Governo do Estado autorizar a volta às aulas no Espírito Santo, o prefeito de Vitória anunciou que iria reabrir as unidades de ensino para receber os estudantes e, sendo assim, desrespeitaria uma regra do Estado. A medida gerou desconforto na administração estadual.
Após a publicação desta matéria, a Prefeitura de Vitória encaminhou nota ao TEMPO NOVO onde confirma o embargo da obra. “A equipe de fiscalização ambiental foi ao local onde estão sendo realizadas as citadas intervenções viárias e que, diante da não apresentação de licenciamento ambiental, foi lavrado o Auto de Embargo 000558”.
O texto ainda diz que a gestão de Pazolini “preza pela relação respeitosa e harmoniosa com o Governo do Estado e que o diálogo será sempre uma premissa básica da atual Administração Municipal, observando-se o ordenamento jurídico, em especial, a Constituição Federal”.
Veja a nota na íntegra:
“A Prefeitura Municipal de Vitória (PMV) informa que a equipe de fiscalização ambiental foi ao local onde estão sendo realizadas as citadas intervenções viárias e que, diante da não apresentação de licenciamento ambiental, foi lavrado o Auto de Embargo 000558.
Nesta terça-feira (25), ao final do expediente, houve manifestação formal da Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), do Governo do Estado, cujos argumentos serão analisados pela Secretaria de Meio Ambiente de Vitória (Semmam), com isenção, imparcialidade e celeridade.
Cuidando dos capixabas e pensando na geração presente e futura, a Prefeitura Municipal de Vitória realiza um amplo trabalho de conservação e preservação do meio ambiente, reforçando seu compromisso com a vida. Em análise técnica/jurídica dos atos administrativos, visando a proteção do ecossistema, em especial, por se tratar de uma área de manguezal, em observância aos princípios ambientais da prevenção e precaução, fez-se necessário o embargo da obra, tendo em vista a ausência do respectivo licenciamento ambiental.
A PMV ressalta que preza pela relação respeitosa e harmoniosa com o Governo do Estado e que o diálogo será sempre uma premissa básica da atual Administração Municipal, observando-se o ordenamento jurídico, em especial, a Constituição Federal.”
A administração de Sergio Vidigal, na Serra, também foi acionada para opinar sobre o embargo – já que afeta a Serra – e também para explicar se o Município autorizou as melhorias. O município disse por meio de nota que a Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Serra informou que, em abril de 2020, o município concedeu a anuência para que o Estado realizasse o licenciamento ambiental na região.
As obras do Trevo de Carapina foram contratadas via Regime Diferenciado de Contratação (RDC), em que a empresa fica responsável pela execução dos projetos básico e executivo, além das obras.
Entre as intervenções previstas, o trecho da BR-101 (Reta do Aeroporto) passará a contar com três faixas por sentido, desde o viaduto de acesso à rodovia do contorno até a Avenida Fernando Ferrari, além das vias marginais. Também serão implantados novos acessos viários aos bairros Jardim Carapina e Eurico Salles (Avenida João Palácios), eliminando o semáforo de conversão existente atualmente. Além disso, a região também receberá obras de urbanização, praça, ciclovias, semáforos inteligentes, entre outras melhorias.
As melhorias serão divididas em três etapas. A primeira corresponde ao trecho da antiga Reta do Aeroporto (até a divisa entre os municípios de Serra e Vitória), onde serão executados os serviços de implantação de três faixas por sentido, calçada e ciclovia no sentido Vitória e calçada no sentido Serra, além de drenagem, paisagismo e iluminação. Durante a execução, serão mantidas sempre duas faixas por sentido no trecho e o prazo de execução será de seis meses.
Já a segunda fase da obra corresponde ao trecho da Serra até o viaduto de acesso à Rodovia do Contorno, onde serão implantadas 4 faixas de rolamento por sentido, além de uma faixa multiuso (também por sentido), que será utilizada para acesso às edificações e como baias de ônibus. Além disso, será implantada uma área de convivência e lazer, com dez metros de largura no canteiro central deste trecho. Essa etapa deve começar a ser executada em dezembro deste ano e ser entregue até julho de 2022.
Finalmente, a terceira e última etapa será iniciada em janeiro de 2022 e corresponde a construção do viaduto para os novos acessos aos bairros Jardim Carapina e Eurico Salles. Essa fase será iniciada antes da finalização da segunda etapa. A conclusão total das obras do complexo viário Trevo de Carapina tem previsão de término em dezembro de 2022.
Divulgação Um homem, cuja identidade não foi revelada, foi encontrado morto na madrugada deste domingo (22). O caso ocorreu no…
Da esquerda para a direita a capa das obras "Padrões de Qualidade do Rastreamento dos Cânceres de Mama e de…
Especialista ensina como cuidar dos hábitos alimentares das crianças nas férias sem abrir mão de comer alimentos prazerosos/ Crédito: Freepik…
Especialistas indicam medidas simples, para garantir que cães e gatos passem pelo verão com um pouco mais de conforto e…
A nova estrutura da EMEF Carla Patrícia representa investimento de R$ 13.144.839,51/ Foto: Samuel Chahoud e Marcelo Pereira A comunidade…
Fernando Lemgruber - terceiro da direita para a esquerda - durante a premiação dos mais influentes da saúde. Crédito :…