O deputado federal e ex-prefeito da Serra Sérgio Vidigal vem aparecendo nos últimos dias em propaganda eleitoral na TV dizendo que o PDT está trazendo para a Serra o aeroporto internacional de cargas, que será também de passageiros. A vinheta deve ter uns 15 segundos de duração e está recheada de efeitos visuais e sonoros, com falas e imagens de Vidigal.
Seria muito bom se fosse real. O PDT, através das três administrações do próprio Vidigal à frente da prefeitura e mais uma de Audifax (no primeiro mandato Audifax era filiado ao PDT) teve 16 anos para trabalhar a vinda do aeroporto para a Serra. Foram 5.840 dias, mas a única ação concreta para esse caso foi tomada por Madalena Santana, em 2012, ultimo ano da última gestão de Vidigal, que além de vice-prefeita, era a titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico – Sedec.
Madalena encomendou um estudo topográfico da área, que fica entre Jacaraípe e Nova Almeida, de propriedade da Fibria. Além dos levantamentos topográficos, a então vice-prefeita e secretária contratou uma empresa para fazer estudos de viabilidade econômica e operacional do aeroporto, que se mostrou totalmente viável. Essa foi a única iniciativa importante para tirar do papel essa ideia, surgida na segunda gestão do ex-prefeito Motta (1993 – 1996). O resto foi marketing de expectativa.
Se em 16 anos à frente da Prefeitura da Serra, em um período muito positivo da economia e com todos os cenários favoráveis o PDT e Vidigal não conseguiram avançar em praticamente nada nesse caso, é muito estranho que ele apareça agora, na televisão, em propaganda partidária, afirmando que irá trazer o aeroporto para a Serra, principalmente no momento em que o partido está de saída da base aliada do governo Dilma.
Isso está parecendo mais uma jogada de marketing de expectativa do deputado Sérgio Vidigal, que deverá está novamente disputando a eleição de prefeito no ano que vem, buscando o seu quarto mandato à frente do executivo municipal.
Cachimbo da paz fumado no Mestre Álvaro
Parece que está pacificada a relação entre os produtores rurais da Serra que têm terrenos no entorno do Mestre Álvaro e a Secretaria de Meio Ambiente – Semma. A pacificação veio depois de uma reunião entre as duas partes no gabinete do prefeito Audifax Barcelos (PSB), no meio da semana.
A relação entre elas azedou ainda no ano passado, com a proposta da Semma de criar uma Revis – Refugio da Vida Silvestre no Mestre Álvaro – e decretando ainda todo o entorno como zona de amortização, o que poderia criar restrições às atividades da região.
A ideia encontrou grande resistência entre os produtores e proprietários de terrenos, tanto do Mestre Álvaro, quanto do seu entorno, pois a lei que rege uma Revis é muito rigorosa em relação ao uso e ocupação do solo e isso traria prejuízo financeiro, uma vez que as atividades agropecuárias na região teriam que ser encerradas.
Além disso, as terras sofreriam uma desvalorização, já que não podem ser usadas como fonte de renda e nem ocupadas com edificações na Revis. Já as que estavam na zona de amortecimento também desvalorizariam, uma vez que a sua ocupação teria restrição a algumas atividades que hoje se configuram como de vocação da região.
Na reunião ficou estabelecido que a área de Revis será de pouco mais de 800 hectares e ficará no topo do Mestre Álvaro. Local que já é Área de Preservação Permanente (APP), cujo uso é muito restrito. A área de amortização dessa Revis será a APA – Área de Proteção Ambiental, que já existe na região, e permite uma ocupação controlada, bem como a atividade agropecuária já exercida na região.
Dessa forma todos os interesses estão contemplados: a proteção à fauna e flora; o Município, que terá a sua Revis para ter acesso a recursos financeiros vindo de compensações ambientais, e os produtores e proprietários rurais.