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Volta às aulas: pais da Serra estão inseguros e dizem que não deixarão filhos irem para escola

Aulas na Serra continuam suspensas, mas podem ser retomadas em breve. Foto: Jansen Lube

Com uma queda na velocidade da transmissão da Covid-19 em terras capixabas, o Governo do Estado afirmou que as aulas presenciais em escolas públicas da Serra e de outras cidades do Espírito Santo podem ser retomadas em setembro. O anúncio levantou uma grande discussão entre os pais e mães dos estudantes. A maioria ouvida pelo TEMPO NOVO afirma que não vai permitir os filhos irem para as escolas por insegurança.

O primeiro anúncio da possibilidade da volta às aulas em setembro foi feito pelo governador Renato Casagrande (PSB) durante uma coletiva de imprensa concedida no último dia 6. De acordo com Casagrande, existe uma grande vontade de retomar com as escolas abertas, mas o principal problema é que a taxa de transmissão do coronavírus muda de acordo com a região. Na Grande Vitória, por exemplo, a taxa está abaixo de 1, mas no interior está mais alta.

A reportagem conversou com pais e mães moradores da Serra. Um deles é o Marcelo Silva, de Jacaraípe. De acordo com ele, o ano letivo já está perdido. “Minhas filhas não voltam este ano para a escola. Não estou preocupado delas perderem o ano letivo, que já está perdido há muito tempo”, afirmou o morador. Pensa o mesmo a moradora de Praia de Carapebus, Eliani Miguel.

“Não permito eles irem. Somente se houver baixa nas mortes e casos na Serra e no Espírito Santo, além de medidas extremas de segurança em saúde para cada escola da cidade também”, disse a popular. Vinícius Carreiro, de Jacaraípe, também é contra o retorno às aulas. “Não deixo (os filhos irem) em hipótese alguma. A vacina está próxima e não tem motivo para arriscar vidas.”

Também moradora da Serra e mãe, Simone Oliveira afirmou que o risco da voltá às aulas é muito grande. “Só quem não conhece o ambiente escolar mandaria (crianças para escolas), principalmente quando se trata de educação infantil. Voltar agora é um risco muito grande, que não pretendo correr”, destacou a popular.

Na Serra, aulas continuam suspensas até dia 31 de agosto

O secretário Municipal de Educação da Serra, Gelson Junquilho afirmou que ainda não existe previsão para volta às aulas. “O retorno dos alunos só acontecerá após as recomendações dos órgãos de saúde e seguindo o protocolo sanitário da Secretaria Municipal de Educação, que está em fase de discussão.”

Além disso, assim como na rede estadual, o secretário informou a Serra deve trazer mudanças no retorno às aulas.  Entre elas, está o rodízio de alunos; o distanciamento das carteiras na sala de aula; a obrigatoriedade do uso de máscaras e a constante higienização das mãos.

A rotina de recreio terá que ser adaptada, para obedecer aos protocolos de saúde e evitar aglomerações. A tendência é que as crianças façam as refeições em refeitórios, por serem áreas abertas, e em sistema de rodízio de horários.

“Equipamentos de EPIs estão sendo comprados, como máscaras para os profissionais e estudantes; álcool em gel, tapetes com barreira sanitária; totem dispay para álcool em gel; papel toalha; hipoclorito de sódio; e outros”, afirmou.

Declaração de Casagrande sobre possível retorno de aulas presenciais

“Temos muita vontade de voltar com as aulas presenciais, mas ainda estamos em dúvida. Temos algumas regiões do Estado, como o litoral Sul, por exemplo, em que temos uma transmissão acima de 1. Não é só o índice de transmissão que estamos atentos. Ainda temos uma letalidade alta, ainda temos número de pessoas que perdem a vida muito alto. Ainda estamos no dia 6, precisamos avançar um pouco mais para tomar medidas. Estamos na expectativa de que em setembro a gente possa voltar, mas ainda não posso bater o martelo”, destacou o governador Renato Casagrande na coletiva dada na semana passada.

Casagrande ainda explicou sobre a queda na velocidade da transmissão. “Nós estamos em queda. Vamos continuar identificando muitos casos de pessoas com coronavírus no Estado até chegarmos ao número total. Os municípios estão testando mais, nós estamos crescendo o número de pessoas identificadas com a Covid-19. É importante a gente avaliar que a velocidade de transmissão está caindo, e avaliar o número de óbitos, que também está caindo. Isso é uma vitória de uma batalha, temos muito pela frente ainda”, afirmou.

Gabriel Almeida

Jornalista há mais de 10 anos, Gabriel Almeida atua como editor-chefe e repórter. Escreve com experiência para diversas editorias do portal. Além disso, assina a importante coluna: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades.

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