A Samarco (Vale + BHP) pode voltar a operar em 2017. É o que afirmou na última segunda – feira (19) o presidente da Vale, Murilo Ferreira, em coletiva à imprensa concedida no palácio Anchieta ao lado do governador Paulo Hartung (PMDB). Na ocasião Murilo disse que um dos imbróglios para a retomada das operações da Samarco era a apresentação de um plano de longo prazo para destinação dos rejeitos de minérios, já que as barragens que estouraram não podem ser mais usadas.
E a solução pode estar próxima, pois, de acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, na última terça – feira (20) Vale e BHP anunciaram acordo para a utilização de uma lavra chamada cava de Timbopeba, de propriedade da Vale, para depositar os rejeitos.
Pelo acordo a Vale passaria Timbopeba para a Samarco. Mas ainda são necessárias autorizações ambientais do governo de Minas para que a mineradora volte a operar. Por isso a Vale não fala em data precisa do possível retorno e nem se a empresa poderá produzir em capacidade plena.
Desde o desastre/crime ambiental em novembro de 2015 em Marina – MG, a Samarco paralisou seu complexo de pelotização em Anchieta, litoral sul do ES. Isso gerou forte impacto econômico em todo o ES, inclusive na Serra.
Responsável pela unidade local da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), José Carlos Zanotelli, disse que a paralisação da Samarco interrompeu o fluxo de R$ 300 milhões de terceirizadas sediadas na Serra que prestavam serviço à mineradora, tirando cerca de mil empregos na cidade e R$ 15 milhões de ISSQN dos cofres municipais.
Ferrovia – Uma nova ferrovia ligando a Serra a Presidente Kennedy, no extremo sul do litoral capixaba, pode sair do papel. É que na última segunda – feira (19) o presidente da Vale, Murilo Ferreira veio ao Espírito Santo anunciar a intenção da empresa em investir na linha férrea como contrapartida a renovação da concessão da ferrovia Vitória Minas. A proposta, apoiada pelo governador Paulo Hartung (PMDB), é que a Vale construa a nova ferrovia ao invés de pagar pela concessão da Vitória Minas, que vence somente em 2026. Caso saia do papel, a nova ferrovia fomentaria o desenvolvimento de projetos portuários no sul, como o do Porto Central em Presidente Kennedy e da instalação de complexos minero siderúrgicos na região.