Ana Paula Bonelli
Desde que se popularizou, o WhatsApp e outros aplicativos de mensagens instantâneas vêm progressivamente sendo usados por moradores e policiais que atuam nas comunidades para a comunicação direta. Em Laranjeiras e bairros do entorno, região da Serra com muita ocorrência de crime contra patrimônio, a Polícia Militar sistematizou o uso da ferramenta para tentar prevenir furtos, assaltos e outras ações violentas.
A iniciativa é da 2ª Companhia da Polícia Militar, através do programa Rede Comunidade Segura, cujo objetivo é aproximar os agentes de segurança pública com o cotidiano de quem mora na região. Quem explica é o comandante da 2ª Cia, Capitão Aluízio Antônio Feletti.
“Nosso foco é a prevenção. Atualmente temos três grupos no WhatsApp específicos, condomínio, comércio e residência monitorada. Nosso objetivo é criar um ambiente onde a comunidade compartilhe seus hábitos, dificultando a ação de criminosos e disseminando o uso de aplicativos visando o monitoramento das ruas e área privadas”, detalha Feletti.
Desde que os grupos foram criados, em maio de 2018, os policiais já fizeram 7 mil visitas a comércios, condomínios, hospitais, escolas, além do Terminal de Laranjeiras, Hospital Jayme Santos Neves e Dório Silva. “São visitas preventivas com o intuito de conviver com a comunidade. O policial quer conhecer e ser conhecido. Saber as demandas e trazer segurança para os moradores”, salienta o comandante.
Feletti conta ainda que a meta é incluir o maior número possível de condomínios, comércios e residências nesse sistema, que deve ser ampliado. Uma das dicas que o capitão dissemina nos grupos é o uso de aplicativos como o Sinesp Cidadão, onde é possível consultar placas de veículos. E do portal do Conselho Nacional de Justiça (https://portalbnmp.cnj.jus.br/) para consulta de mandados de prisão em aberto.
Com essas ferramentas na mão, o morador colocará as informações no grupo e ligará no telefone da companhia caso aviste movimentação suspeita. “Já em caso de crime em andamento (emergência) orientamos ligar para o 190. Em seguida, se estiver em segurança, pedimos ou morador ou comerciante que coloque as informações no grupo e ligue para a Cia”, orienta.
Síndicos relatam melhora na sensação de segurança
De Colina de Laranjeiras, Flávio Dionísio é síndico do condomínio Recreio das Laranjeiras há quatro anos e conta que após a implantação da iniciativa melhorou a sensação de segurança. a
“A nossa rua é bastante perigosa, pois tem o fluxo grande e duas saídas, uma para a BR e outra para Taquara. Estavam acontecendo muitos assaltos. O projeto foi bem aceito pelos moradores e nós ajudamos a monitorar nossa região. O imóvel foi valorizado, quando uma pessoa vem para alugar ou comprar e vê a placa do programa, a sensação de segurança aumenta. O número de assaltos também diminuiu, mas não acabou. Hoje, os bandidos agem de moto ou bicicleta, a pé não tem mais. E quando tem algum movimento estranho, a gente avisa pelo grupo do WhatsApp e a viatura chega rápido”, destaca o síndico.
Para Cristina Lana, que é síndica do condomínio Reserva Bosque dos Ipês, em Santa Luzia, o projeto é inovador. “E um formato de polícia que a gente não está adaptado a ver, dos policiais estarem em contato com a comunidade. Eu tenho o telefone do Capitão e falo com ele sobre segurança. É de se espantar, porque o Feletti tem um empenho muito grande, e ele não só fala, ele faz. O relacionamento estreitou e só vejo ganhos, pois melhorou a sensação de segurança ”, destaca.
A 2ª Cia é responsável pela segurança de nove bairros: Parque Residencial Laranjeiras, Colina de Laranjeiras, Morada de Laranjeiras, Valparaíso, Santa Luzia, Chácara Parreiral, Guaraciaba, Camará e Civit II.