BIANKA VIEIRA
Zeca Pagodinho está cansado. “Me cansa. Já foi o tempo. Passou”, disse ele à coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, na madrugada deste sábado (18). O desabafo é sobre a maratona carnavalesca que enfrentará neste final de semana se apresentando no Camarote Bar Brahma, em São Paulo, e desfilando com duas escolas de samba no Carnaval do Rio de Janeiro.
“[Felicidade para mim] é poder estar em casa, com os filhos, com os netos, poder estar com os meus amigos, em Xerém [na Baixada Fluminense]”, completa o sambista.
Apesar do desânimo, o cantor esboça uma expressão otimista ao comentar o retorno da folia após um hiato de três anos. “Está tudo bem bacana, cara. As escolas estão bem. Bem legal”, diz, desde os bastidores do palco do camarote paulistano.
No domingo (20), Zeca irá à avenida carioca pela Portela, escola da qual é entusiasta, e pela Grande Rio, que homenageará o artista em seu samba-enredo.
Ele, porém, nega ter se dedicado a algum preparo especial para encarar a jornada dupla na Sapucaí. “Medir a roupa, fazer aquelas coisas de sempre”, diz. “Já estou acostumado com isso. [São] muitos anos já.”
Durante o desfile, serão feitas imagens para o longa “Deixa A Vida Me Levar”, que narrará a vida do cantor. “Ainda nem vi o roteiro”, afirma, ao ser perguntado sobre a produção. “Não sei nada, não vi nada.”
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Ele tampouco se dispõe a arriscar o momento mais emocionante de sua vida que espera ver retratado nas telonas. “Poxa, você acha que eu vou lembrar de uma [passagem]? Eu tenho 64 anos nesse mundo”.
Zeca também não se estende ao ser questionado sobre como tem avaliado o terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Não acompanho.”